O hip-hop emergiu nos EUA, na década de 70, nos subúrbios negros de Nova Iorque (Bronx, Harlem, Brooklyn). Estes subúrbios, enfrentaram todo tipo de problemas: pobreza, violência, racismo, tráfico, carências de infra-estrutura, de educação, etc. Os jovens encontravam na rua o único espaço de lazer, e geralmente entravam num sistema de gangs (bem formando parte de alguma das gangs, bem desde fora delas, mas sempre conhecendo os territórios e as regras impostas por elas), as quais se confrontavam de maneira violenta na luta pelo domínio territorial. Neste contexto nasciam diferentes manifestações artísticas de rua: música, dança, poesia, pintura. Os vários DJ’s observaram e participaram destas expressões de rua, e começaram a organizar festas nas quais estas manifestações incluíam-se.
No hip hop americano, como em outros estilos, os maiores talentos nem sempre são os mais vendidos. Mas os grandes hits também têm o seu valor. Isso fica evidente com duas notícias anunciadas essa semana.
A primeira é que está pra sair o álbum “Jay Stay Paid”, do produtor J Dilla. A outra é que “Deeper Than Rap”, do rapper Rick Ross, alcançou o topo das paradas americanas na semana de estréia.
J Dilla foi um dos nomes mais respeitados do rap. Passou a vida criando de maneira independente e nunca chegou ao topo das paradas de sucesso. Apesar disso, inspirou nomes como Kanye West, Wu Tang Clan, Busta Rhymes e Pete Rock. Morreu jovem, em 2006, vítima de uma doença cardíaca rara. Mas deixou tantas bases inéditas que até hoje elas são lançadas. “Jay Stay Paid” será o terceiro disco com material inédito lançado depois de sua morte.
Na linha oposta a J Dilla está Rick Ross. O rapper é um dos mais exagerados da cena americana, uma tarefa que não é nada fácil. Suas músicas não fizeram sucesso à toa, na verdade, têm uma produção de muita qualidade. Mas, o que chama atenção em Rick Ross é mesmo seu estilo over. Das brigas públicas com 50 Cent até o excesso de animações que carregam seu MySpace, o que está em torno de Rick Ross, às vezes, sobressai à sua música.
O que percebemos, é que o hip hop invadiu a cena musical do cenário independente ao mainstream. Resta ao público escolher suas preferências.
